"Todos os meus versos são um apaixonado desejo de ver claro mesmo nos labirintos da noite."
Eugénio de Andrade

domingo, 8 de janeiro de 2017

Com a respiração...

Com a respiração
Entrecortada
De silenciosos temores
Abro-te uma brecha
Na alma parda da noite.
Nunca é demais
Correres ao sabor do vento
Sentes
Dormentes e tensos
Os afagos secretos
Impregnados
De líquidos acenos
Rabiscados no fragor das ondas
Também os violinos me crescem nas mãos
Como saber quando parar
Agora que já nem o sonho
Me espanta nas manhãs

Sonolentas que te remeto.