"Todos os meus versos são um apaixonado desejo de ver claro mesmo nos labirintos da noite."
Eugénio de Andrade

sábado, 19 de março de 2011

Desentendidos


A minha linguagem
Não consegue tocar-te a alma.
Lês nas minhas palavras
Agressões que não transporto.

As minhas palavras
Não querem dizer
O que dizem as tuas palavras
Mas o que me não dizes,
Também me faz doer...

As palavras que te digo
Abrem feridas não saradas
Impotente, calo o meu dizer
Ficam a doer-me
As palavras caladas

Doem e queimam
As palavras não-ditas...
Malditas,
Ecoam...
Ressoam...
Fazem ricochete
Em subentendidos
Desapercebidos.

Sem comentários:

Enviar um comentário