"Todos os meus versos são um apaixonado desejo de ver claro mesmo nos labirintos da noite."
Eugénio de Andrade

sábado, 29 de maio de 2010

Abri as asas...

Abri as asas
Enchi o peito
Voei tão alto
Neste meu jeito
De não querer nada
E tudo querer...

Inebriada
Voei, voei...
E qual Ícaro
Queimei as asas
E o meu voo
Se transformou
Em queda abrupta...

Abri os olhos,
Olhei em volta
E chorei...chorei...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Abençoado...

Abençoado!
Entrou pela janela
Do meu quarto
E há tanto
Era esperado...
Esse sol tão descarado,
Que assim entrou,
Sem mesmo ser convidado,
Acendeu um brilho
No meu olhar.
No coração,
Desejos
De outra vez navegar...

Miminhos

Hoje, na minha escola, comemorou-se o Dia do Autor Português, tal como vem sendo hábito.

Porém, desta vez teve um gostinho muito especial para mim, uma vez que o autor português homenageado, foi…nem sei a que isto me soa…eu mesma.

A equipa da Biblioteca da escola resolveu publicar on-line, no seu blog, um conto meu, “O Rei-Bate-a-Pestana”, o que muito me honrou. A ilustração da capa esteve a cargo do meu colega-professor-pintor-poeta-vizinho-amigo (tantos epítetos para uma pessoa só!) Claro que depois de ter mandado a “pen” onde tinha o conto gravado, encontrei uma série de correcções que deveria ter feito, mas que já não puderam ser feitas no original. Agora já está. E desconfio que, de cada vez que eu ler o conto, encontrarei sempre acertos a fazer.

Hoje foi uma manhã muito cansativa, com a apresentação do livro na Biblioteca a todas as turmas do quinto ano, as minhas incluídas. Claro que aproveitei para divulgar as rimas que os meus meninos fizeram nas aulas de Língua Portuguesa e Estudo Acompanhado, porque eles também são Pequenos Autores, e nunca é de mais o que se faz para os incentivar a ler e escrever. E estavam bem compenetrados, a lerem os seus textinhos aos colegas de outras turmas!

Pois como ia dizendo: senti-me, claro, muito mimada. Mas, o que de facto me comoveu, e que eu considero o momento alto do meu dia de hoje na escola, sem menosprezar todo o carinho de que fui alvo por parte dos colegas, foram os testemunhos dos meus ex-alunos, que estão agora no nono ano, e que a Coordenadora da Biblioteca foi buscar às respectivas turmas, para me fazerem uma surpresa. E foi uma surpresa tão boa! Esses jovens fizeram-me sentir recompensada, ao confessarem que a professora deles dos quinto e sexto anos (eu, claro) tinha contribuído para desenvolver neles o gosto pela escrita e pela leitura, e que as aulas eram divertidas, havendo nelas lugar para a diversão e para o trabalho! Uma delas, menina que escreve muito bem, e que eu penso que irá dar que falar no círculo dos escritores daqui a uns tempos, afirmou que foi com as minhas aulas que descobriu que gostava muito de poesia. E senti-me orgulhosa deles. Estes testemunhos respondem à crítica que se insinuou levemente angustiante, de que eu massacraria os meninos com poesia! Está aqui o resultado. Que mais pode uma professora desejar? Perdoem-me a imodéstia, mas estou feliz!

Gracias a la vida…